Brasil exporta US$ 1,4 bi e fica em quinto lugar
São Paulo, 17 de Abril de 2009 - O Brasil terá de manter um ritmo de aprimoramento contínuo se quiser concorrer no mercado de terceirização no exterior de serviços de tecnologia da informação (TI) e de processos de negócios (como recursos humanos, logística ou call centers) - também conhecido pelo termo em inglês de "information technology and business process offshore outsourcing" (ITO-BPO).
Tal esforço tem um sentido estratégico, pois esse mercado cresce a taxas vigorosas. Só entre 2004 e 2008, a média anual composta de sua expansão no mundo foi de 40%, ante os 3% de crescimento registrados nos mercados domésticos para esses serviços no mesmo período.
Em 2008 esse mar de oportunidades de exportação de serviços somou nos cinco continentes US$ 70 bilhões. A fatia captada para o Brasil foi de US$ 1,4 bilhão, ante os US$ 41 bilhões da Índia, US$ 3 bilhões da China e US$ 2,9 bilhões do México. E esse bolo tende a crescer. As estimativas para a captação de serviços terceirizados de TI no exterior dão conta de um mercado de US$ 101 bilhões em 2010.
Essas são algumas das conclusões do estudo da consultoria internacional AT Kearney, encomendado pelo governo federal por meio de vários órgãos, como o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio Exterior (MDIC), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as Agências Brasileiras de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), numa parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Seus resultados foram apresentados, ontem, em Brasília. O documento final foi apontado como um importante instrumento para orientar ações do governo federal e da iniciativa privada para superar os gargalos nacionais e ampliar a participação do Brasil frente a outros destinos.
Entre os quais a carga fiscal é desencorajadora. Impostos sobre a folha somam até 53,1% dos recursos pagos aos salários, ante médias de 29,3% na Argentina, 31,4%, no México; 35%, na China; e 16,8% na Índia. Outro aspecto que encarece são os salários brasileiros, mais altos que em outras partes do Terceiro Mundo. De acordo com o estudo, as melhores chances do País dizem respeito a um posicionamento de destino diferenciado, especializado em nichos de mercado para grandes clientes de setores que exigem grande especialização. Exemplos nesse sentido são os setores financeiro e governamental. Segundo o estudo, o sofisticado mercado interno brasileiro tem fôlego e especialização, ainda, para dar conta das demandas de setores como varejo, manufatura, comunicações e serviços. AT Kearney avalia que os potenciais compradores desses serviços estão nos Estados Unidos, Europa e Japão.
Ainda assim, em comparação com a Índia, o País tem muito campo para crescer: o mercado das maiores cinco empresas indianas é 2,6 vezes maior que suas equivalentes brasileiras; e 7,6 vezes maior no que tange ao faturamento de serviços exportados. Ou seja, o desenvolvimento de empresas nacionais deveria ser o foco para garantir ao Brasil mais músculos em termos de capacidade e escala.
Monday, April 20, 2009
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