As reservas do país chegaram a US$ 208,4 bilhões em junho, nível superior ao pico de US$ 207,5 bilhões de antes da crise
As reservas cambiais brasileiras chegaram a US$ 208,4 bilhões em junho. Esse nível já é superior ao pico de US$ 207,5 bilhões verificado em setembro, antes que as turbulências internacionais atingissem o Brasil. Anteontem, as reservas somavam US$ 208,9 bilhões. A recomposição decorreu mais da valorização dos ativos em que as divisas estão aplicadas (como os títulos americanos) do que propriamente das compras do Banco Central, que ainda não restituiu ao estoque de reservas tudo o que injetou de dólares no mercado. Há, ainda, uma margem de US$ 30 bilhões para o BC restabelecer o que foi gasto durante os piores dias da crise, considerando os dólares que irrigaram o mercado à vista e a posição comprada do BC na BM&F antes da crise, que hoje está zerada.
Isso não significa que a autoridade monetária tenha compromisso de recomprar US$ 30 bilhões. A recompra dependerá das condições de mercado e do que o governo entender que é o montante ideal das reservas cambiais. Permanece a orientação geral de comprar apenas as sobras do mercado de câmbio, que nos últimos dias têm sido relativamente pequenas.
O custo principal da acumulação de divisas continua a ser a diferença entre os juros internos e externos. Hoje, a Selic está em 9,25% ao ano, bem menos do que os 13,75% ao ano vigentes em fins de 2008, o que representa um custo menor. Mas o BC também está recebendo menos na aplicação das reservas. Em maio, por exemplo, recebeu somente US$ 474 milhões a título de remuneração das reservas, 23,3% menos que os US$ 618 milhões de maio de 2008.
Os custos financeiros são apenas um lado da equação. O outro são os benefícios, representados, sobretudo, pela resistência da economia brasileira a choques externos.
No último trimestre, o balanço de pagamentos apresentou melhora expressiva. Em março, o BC estimava que faltariam US$ 6,3 bilhões para fechar as contas externas do ano (entre as entradas e saídas no mercado). Em junho, o cálculo é de uma sobra de US$ 6,9 bilhões, numa conta que pode se mostrar conservadora.
Thursday, July 9, 2009
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