Saturday, February 28, 2009

AGRONEGOCIO Y LA CRISIS FINANCIERA BRASIL

AGRONEGOCIO E A CRISE FINANCEIRA NO BRASIL
Fábio Pilcher: O agronegócio no Brasil deverá andar bem, mesmo com a crise internacional afetando o setor em várias frentes.Global 21 - Em um cenário ecologicamente correto, a Massey Ferguson tem procurado desenvolver novas tecnologias ligadas ao etanol ou outros combustíveis alternativos?Fábio Pilcher - Sim, estamos buscado novas tecnologias alternativas, mas não necessariamente por causa do conceito do ecologicamente correto. Nós trabalhamos sempre buscando a maior eficiência dos nossos produtos, ou seja, menor tempo de colheita, maior precisão na colocação de sementes, pulverizador que tenha, por exemplo, uma aplicação mais eficiente e tudo isso acaba se transformando em menos consumo de combustível, de químicos, pneu, enfim há toda uma visão do ponto de vista de projeto que visa a eficiência do conjunto. Agora, entrando mais diretamente nessa questão de combustíveis alternativos, nós temos hoje em todos os nossos tratores a possibilidade de utilizar 20% de biocombustível. Também estamos trabalhado com universidades para conseguirmos elevar esse padrão e temos vários tratores que já podem trabalhar até com 100% de biodiesel.Com entidades internacionais realizamos pesquisas conjuntas na busca do desenvolvimento de um trator que funcionará com etanol e diesel, assim como também estamos desenvolvendo motores que poderão ser movidos a etanol e diesel.G21 - Qual o posicionamento da marca no mercado brasileiro de máquinas agrícolas?Pilcher - A Massey Ferguson no segmento de tratores é líder de mercado com uma participação de 29%, segundo dados da ANFAVEA, e na área de colheitadeiras tivemos uma participação significativa de 17% em 2008. G21 - Para que países os tratores, colheitadeiras e implementos da Massey são exportados? Pilcher - A exportação de 2008 foi de 10.797 tratores, o que significa 47% de todos os tratores exportados do Brasil. O nosso principal mercado é os EUA, depois Argentina, Venezuela e todos os demais países da América do Sul. Exportamos para a América Central, México e Caribe e, para a África do Sul, estamos vendendo um volume interessante. Também exportamos para a Austrália, Oriente Médio, Japão e outros países da Ásia. O volume varia de país para país.De uns cinco anos para cá nós montamos uma estratégia de trabalhar fortemente a exportação, estruturamos uma operação bastante forte para atuarmos no mercado exterior. Com o dólar a R$1,20 a R$1,50 a competitividade ficava bastante abalada, agora com o dólar voltando ao patamar de R$ 2,20 voltamos a ser competitivos e supomos que poderemos manter esse nível e até crescer em 2009.G21 - Em termos de balança comercial, o agronegócio tem se destacado pelo seu bom desempenho vis - a - vis ao industrial. O setor está otimista? Pilcher - O agronegócio no Brasil deverá andar bem e, mesmo com a crise internacional afetando o setor em várias frentes, se considerarmos a valorização do dólar e o bom preço das commodities, o ano deverá ser positivo. Entretanto temos a dificuldade de crédito, mas em contrapartida existem alguns programas governamentais como o Mais Alimentos que deverá propiciar a aquisição de um volume grande de tratores e, dessa forma, possibilitar a indústria de máquinas agrícolas a manter suas vendas. Além disto, a conjuntura toda do setor depende muito do clima, algumas regiões do Paraná e do Mato Grosso do Sul ainda estão sofrendo com a seca, regiões mais acima tiveram chuvas em demasia, mas são fatores que de alguma maneira vão e vem e, de uma forma geral, o resultado do produtor rural brasileiro deverá ser positivo. Claro que há a questão do endividamento de cada um que varia das estratégias que cada produtor tem em termos de comercialização de sua produção, estocagem, compra de adubos e fertilizantes que faz isso ser muito variado. Mas eu diria que dentro do contexto que estamos vivendo é uma visão relativamente positiva.G21 - Em sua percepção a crise financeira internacional irá atingir - ou já atingiu - o setor no Brasil? Pilcher - Sem dúvida, ela atinge não só de forma factual mais criou todo um sentimento de insegurança quando se percebe o que ocorreu com as bolsas a nível mundial. A restrição de crédito afeta a atividade agrícola, pois são valores altos de investimento e que necessitam de crédito para rodar. De certa maneira a crise, sendo internacional, afeta muito a disponibilidade e restrição ao critério para dar crédito. Depois, ao longo dessas idas e vindas, algumas commodities subiram e desceram de preços e a própria queda de consumo de alguma forma pode ter o efeito de baixa de preços a medida que os estoques aumentam. Isto não é o que está aparecendo na maior parte dos grãos nesse momento. Já a área da cana está enfrentando dificuldades que não são de hoje, mas de uns três anos ou mais. Apesar do boom do biosiesel, a cana para a produção do álcool estava com o preço ruim, mas havia uma perspectiva de melhora que, com a crise, sofreu uma freada. Desta forma é evidente que a situação internacional afeta sim o setor: o mercado de colheitadeiras caiu significativamente e os seus estoques, tanto nas concessionárias quanto nas fábricas, acabam pressionando a necessidade de ajuste.G21 - A empresa tem uma forte atuação exportadora para os Estados Unidos da América. A crise poderá afetar essa atuação?Pilcher - As últimas notícias em relação ao agronegócio americano não são muito alentadoras, mas embora nós tenhamos contratos de médio prazo, há a possibilidade de que essas exportações para os EUA sejam afetadas. Mas ainda há muita coisa para acontecer: o novo presidente assumiu recentemente com perspectivas de pacotes, de soluções, portanto hoje eu não arriscaria dizer se efetivamente nossa exportação vai diminuir. É importante dizer que nós exportamos para os EUA, mas são eles que fazem o trabalho de comercialização com o produtor rural americano. Nós não temos controle maior sobre o mercado em si por não estarmos diretamente ligados a essa comercialização na ponta.

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