Saturday, February 28, 2009

AGRONEGOCIO Y LA CRISIS FINANCIERA BRASIL

AGRONEGOCIO E A CRISE FINANCEIRA NO BRASIL
Fábio Pilcher: O agronegócio no Brasil deverá andar bem, mesmo com a crise internacional afetando o setor em várias frentes.Global 21 - Em um cenário ecologicamente correto, a Massey Ferguson tem procurado desenvolver novas tecnologias ligadas ao etanol ou outros combustíveis alternativos?Fábio Pilcher - Sim, estamos buscado novas tecnologias alternativas, mas não necessariamente por causa do conceito do ecologicamente correto. Nós trabalhamos sempre buscando a maior eficiência dos nossos produtos, ou seja, menor tempo de colheita, maior precisão na colocação de sementes, pulverizador que tenha, por exemplo, uma aplicação mais eficiente e tudo isso acaba se transformando em menos consumo de combustível, de químicos, pneu, enfim há toda uma visão do ponto de vista de projeto que visa a eficiência do conjunto. Agora, entrando mais diretamente nessa questão de combustíveis alternativos, nós temos hoje em todos os nossos tratores a possibilidade de utilizar 20% de biocombustível. Também estamos trabalhado com universidades para conseguirmos elevar esse padrão e temos vários tratores que já podem trabalhar até com 100% de biodiesel.Com entidades internacionais realizamos pesquisas conjuntas na busca do desenvolvimento de um trator que funcionará com etanol e diesel, assim como também estamos desenvolvendo motores que poderão ser movidos a etanol e diesel.G21 - Qual o posicionamento da marca no mercado brasileiro de máquinas agrícolas?Pilcher - A Massey Ferguson no segmento de tratores é líder de mercado com uma participação de 29%, segundo dados da ANFAVEA, e na área de colheitadeiras tivemos uma participação significativa de 17% em 2008. G21 - Para que países os tratores, colheitadeiras e implementos da Massey são exportados? Pilcher - A exportação de 2008 foi de 10.797 tratores, o que significa 47% de todos os tratores exportados do Brasil. O nosso principal mercado é os EUA, depois Argentina, Venezuela e todos os demais países da América do Sul. Exportamos para a América Central, México e Caribe e, para a África do Sul, estamos vendendo um volume interessante. Também exportamos para a Austrália, Oriente Médio, Japão e outros países da Ásia. O volume varia de país para país.De uns cinco anos para cá nós montamos uma estratégia de trabalhar fortemente a exportação, estruturamos uma operação bastante forte para atuarmos no mercado exterior. Com o dólar a R$1,20 a R$1,50 a competitividade ficava bastante abalada, agora com o dólar voltando ao patamar de R$ 2,20 voltamos a ser competitivos e supomos que poderemos manter esse nível e até crescer em 2009.G21 - Em termos de balança comercial, o agronegócio tem se destacado pelo seu bom desempenho vis - a - vis ao industrial. O setor está otimista? Pilcher - O agronegócio no Brasil deverá andar bem e, mesmo com a crise internacional afetando o setor em várias frentes, se considerarmos a valorização do dólar e o bom preço das commodities, o ano deverá ser positivo. Entretanto temos a dificuldade de crédito, mas em contrapartida existem alguns programas governamentais como o Mais Alimentos que deverá propiciar a aquisição de um volume grande de tratores e, dessa forma, possibilitar a indústria de máquinas agrícolas a manter suas vendas. Além disto, a conjuntura toda do setor depende muito do clima, algumas regiões do Paraná e do Mato Grosso do Sul ainda estão sofrendo com a seca, regiões mais acima tiveram chuvas em demasia, mas são fatores que de alguma maneira vão e vem e, de uma forma geral, o resultado do produtor rural brasileiro deverá ser positivo. Claro que há a questão do endividamento de cada um que varia das estratégias que cada produtor tem em termos de comercialização de sua produção, estocagem, compra de adubos e fertilizantes que faz isso ser muito variado. Mas eu diria que dentro do contexto que estamos vivendo é uma visão relativamente positiva.G21 - Em sua percepção a crise financeira internacional irá atingir - ou já atingiu - o setor no Brasil? Pilcher - Sem dúvida, ela atinge não só de forma factual mais criou todo um sentimento de insegurança quando se percebe o que ocorreu com as bolsas a nível mundial. A restrição de crédito afeta a atividade agrícola, pois são valores altos de investimento e que necessitam de crédito para rodar. De certa maneira a crise, sendo internacional, afeta muito a disponibilidade e restrição ao critério para dar crédito. Depois, ao longo dessas idas e vindas, algumas commodities subiram e desceram de preços e a própria queda de consumo de alguma forma pode ter o efeito de baixa de preços a medida que os estoques aumentam. Isto não é o que está aparecendo na maior parte dos grãos nesse momento. Já a área da cana está enfrentando dificuldades que não são de hoje, mas de uns três anos ou mais. Apesar do boom do biosiesel, a cana para a produção do álcool estava com o preço ruim, mas havia uma perspectiva de melhora que, com a crise, sofreu uma freada. Desta forma é evidente que a situação internacional afeta sim o setor: o mercado de colheitadeiras caiu significativamente e os seus estoques, tanto nas concessionárias quanto nas fábricas, acabam pressionando a necessidade de ajuste.G21 - A empresa tem uma forte atuação exportadora para os Estados Unidos da América. A crise poderá afetar essa atuação?Pilcher - As últimas notícias em relação ao agronegócio americano não são muito alentadoras, mas embora nós tenhamos contratos de médio prazo, há a possibilidade de que essas exportações para os EUA sejam afetadas. Mas ainda há muita coisa para acontecer: o novo presidente assumiu recentemente com perspectivas de pacotes, de soluções, portanto hoje eu não arriscaria dizer se efetivamente nossa exportação vai diminuir. É importante dizer que nós exportamos para os EUA, mas são eles que fazem o trabalho de comercialização com o produtor rural americano. Nós não temos controle maior sobre o mercado em si por não estarmos diretamente ligados a essa comercialização na ponta.

CRECIMIENTO DEL PIB BRASILERO

O agravamento da crise levou os economistas ouvidos pelo Banco Central a reduzirem novamente a previsão de crescimento da economia para 2009. Segundo a pesquisa Focus, o crescimento do PIB deve ficar em 1,5%. O resultado está abaixo dos 3,2% estimados pelo próprio BC. (Jornal do Comércio)

O BRASIL Y A CRISE

O BRASIL E A CRISE
Entenda como a crise financeira global afeta o Brasil Publicidadeda Folha Online A crise financeira que começou há mais de um ano nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. Diversos bancos americanos apresentaram perdas bilionárias, outros chegaram a quebrar. Na Europa também há vítimas. O Brasil inicialmente não foi atingido em cheio pela crise --os bancos não possuíam papéis ligados às hipotecas de alto risco ("subprime") que originaram os problemas. Mas vários setores sofreram com a contração de crédito e, em seguida, pela queda das exportações e da demanda interna, que foi o "motor" do crescimento do país nos últimos dois anos. O resultado é o avanço do desemprego e a expectativa de desaceleração no crescimento econômico do país, embora espera-se que fique melhor do que o da maioria dos países desenvolvidos e emergentes.

COMERCIO EXTERIOR 2009 BRASIL

PROYECCIONES DE LA BALANZA COMERCIAL DE BRASIL PARA 2009
Dados e Cenários Considerados nas Projeções para 2009 1. Os dados projetados para a Balança Comercial em 2009 refletem a volatilidade e instabilidade econômica vigentes nos mercados doméstico e internacional, e espelham os impactos negativos de uma crise com diferentes ramificações em toda a economia global, que se entrelaçam, formando um nó ainda sem saber como e quando será desatado. Inicialmente a crise era financeira, originada de empréstimos ao subprime nos Estados Unidos, passou a ser comercial com generalizada falta de liquidez e queda na demanda mundial, e caminha para se transformar em crise cambial em países com grande dependência da exportação de commodities, principalmente metálicas e minerais, com cotações em baixa. Neste cenário em constante mutação e formação, as exportações tomam como parâmetro as commodities e seus preços deprimidos projetados conforme suas tendências e peculiaridades, enquanto os produtos manufaturados, mesmo com taxa cambial favorável, deverão ser afetados pela carência de linhas de crédito, retração na demanda em países desenvolvidos e falta de divisas nos países em desenvolvimento exportadores de commodities. As importações serão impactadas pela elevação de custos cambiais devido à desvalorização do real, contração das linhas de crédito em valor, prazo e elevação de custos, gerando menor demanda doméstica, cuja conseqüência será expansão do PIB do Brasil em nível inferior a 3%. 2. Dados da crise global são mostrados adiante nas cotações das commodities listadas em bolsa:Relação de commoditiesMedidas de negociaçãoPreços de exportação em US$Efetivos em 2008Previstos para 2009Vigentes em 02.01.09Minério de ferro Petroleo em bruto GasolinaTonelada barril Barril58,64 86,65 291,6762,00 47,19 119,1476,00 46,34 111,05 Soja em grão Farelo de soja Oleo de soja Milho em grãoBushel Tonelada curta Libra-peso Bushel12,18 322,11 51,04 554,839,25 263,09 34,02 431,809,70 300,20 33,88 412,25Açúcar em bruto Azucar refinado Aluminio em brutoLibra-peso tonelada Tonelada12,15 313,49 2550.3512,70 340,00 1800,0011,85 329,20 1491,003. Particularidades sobre o comércio exterior brasileiro em 2009: § As commodities ainda serão maioria nas exportações, mesmo com a queda das cotações;§ A atual taxa de câmbio favorece as exportações de manufaturados, mas a queda na demanda externa e a escassez de crédito têm maior peso na viabilização de negócios; § A taxa cambial prevista para 2009 deverá oscilar entre R$2,30 e R$2,50, com viés de alta; § A crise que assola o mundo globalizado deve se estender por todo o ano de 2009, começando a se dissipar lentamente em 2010, para retornar em 2011 ritmo de atividade econômica similar ao vigente em 2006; § A corrente de comércio deverá diminuir 16,7%, passando de US$371 bilhões em 2008, equivalente a 29,5% do PIB, para US$309 bilhões em 2009, representando 24,8% do PIB; § O que gera atividade econômica e emprego é corrente de comércio, e não superávit comercial. Assim, a queda na corrente de comércio provocará redução no nível de emprego; § A queda nas cotações das commodities reduzirá as exportações dos países da América do Sul, e em conseqüência, redução de 15% nas exportações do Brasil para aquela região; § A incerteza e volatilidade que imperam nos mercados doméstico e internacional não oferecem segurança para dimensionar com precisão os reflexos da crise e podem alterar os cenários traçados para 2009. Como exemplo, na hipótese de a elevação da taxa cambial, do nível de desemprego e do drawback verde-amarelo ampliarem a queda das importações além do previsto, o superávit comercial poderá ser maior. Em contrapartida, caso a intensidade da recessão ou desaceleração econômica global provoque novas quedas nas cotações das commodities e maior retração na demanda mundial, a conseqüência será maior redução no valor das exportações e superávit comercial menor que o projetado.

PROER Y BRASIL


PROER E A CRISE FINANCEIRA
Entre 1995 e 1997, o então presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, liderava o ranking das figuras mais criticadas no cenário econômico. Por ter sido o mentor do Proer, um programa de R$ 40 bilhões de ajuda aos bancos afetados pelo fim da inflação, recebeu ataques de líderes do PT, hoje no governo. Treze anos depois, Loyola recebe elogios do presidente Lula por ter protegido os bancos - como o Nacional e o Bamerindus - e evitado um contágio sistêmico. De repente, passou de vilão a mocinho. E o reconhecimento também vem de fora. A tendência nos Estados Unidos é de criar algo semelhante ao Proer, separando ativos bons dos podres. "Agora, o que fizemos está mais do que justificado. Viram que estávamos certos", disse ele à DINHEIRO.DINHEIRO - Quando o Banco Central estava sob seu comando, o sistema bancário brasileiro estava fragilizado e, no mundo, parecia haver solidez. Hoje é o contrário. O que causou a inversão? GUSTAVO LOYOLA - Entre 1995 e 1997, quando eu presidi o Banco Central, alguns bancos brasileiros, como o Nacional e o Bamerindus, estavam com problemas porque perderam a receita inflacionária ou simplesmente porque estavam contaminados pela corrupção. O fim da inflação pegou alguns bancos de calças curtas. Por isso, era necessário o Proer. Naquela época, não foi uma abordagem para simplesmente recuperar os bancos, mas reconhecemos que precisava haver uma mudança na regulação, o que hoje garante uma saúde para o sistema e nos diferencia do resto do mundo. Ou seja, aprendemos a regular os bancos e evitamos que a situação corresse livre como lá fora. A gente nunca teve uma regulação tão frouxa como a que existe no Exterior, o motivo da crise atual.DINHEIRO - O sr. foi muito criticado pelo Proer durante anos, mas a crise atual tem obrigado os governos a colocar em prática uma versão global do seu programa de ajuda aos bancos. Esse é um reconhecimento de que o plano não era tão ruim como diziam? LOYOLA - Quem tinha conhecimento da situação, sabia que o Proer era necessário. Agora o Proer está mais do que justificado. Viram que estávamos certos. No entanto, fui muito atacado naquela época porque diziam que eu estava colocando dinheiro público para salvar prebanqueiros. Era uma crítica irresponsável. Essa idéia amadora também tinha um grande apoio popular porque ninguém tinha sentido na pele o que significa a quebra de um banco. O preço é muito mais alto e o dinheiro acaba saindo do bolso do contribuinte do mesmo modo. Mas essa percepção começa a mudar, quase 15 anos depois.DINHEIRO - Alguns dizem que a crise atual é a pior desde a Grande Depressão da década de 30. Qual é a sua avaliação dessa crise? LOYOLA - Os indicadores mostram que temos a mais grave crise desde a Segunda Guerra Mundial. Não se pode dizer que teremos um episódio tão duradouro como aquele, que perdurou durante toda a década de 30, mas é de fato muito forte. Não acredito que tenhamos um resultado tão danoso quanto aquele. Os instrumentos atuais de política monetária e fiscal são mais bem conhecidos e todos sabem que não podem cometer os mesmos erros de 1930. Estamos vendo uma ação frenética dos governos para evitar que o sistema bancário entre em colapso. Isso deve dar certo.DINHEIRO - Quanto tempo a crise vai durar? LOYOLA - O mundo ainda vai vivenciar toda essa crise em 2009 e parte de 2010. A recuperação deve começar nas economias desenvolvidas no ano que vem. Coisas ruins ainda acontecerão. Acho que o pior dela ainda vamos sentir neste ano, no final do primeiro semestre e começo do segundo. DINHEIRO - O que é o pior da crise? LOYOLA - O pior da crise é o efeito sobre o emprego e a atividade econômica. Estamos vendo quedas muito fortes na produção industrial no Japão, nos Estados Unidos e na Europa, além de retração do emprego em todo o mundo. Fora isso, talvez o mais importante de todos os fatores que compõem a crise seja a queda do comércio internacional, que teve a primeira retração em 60 anos. Estava crescendo de forma contínua desde a Segunda Guerra. Tudo isso mostra que o pior da crise ainda terá impactos na economia real. DINHEIRO - As tentativas de salvar os bancos internacionais têm sido eficazes, na sua opinião? LOYOLA - Diferentemente do Proer, que tinha um caráter preventivo, para evitar o colapso dos bancos, hoje os governos têm agido apenas para apagar o incêndio. Ninguém sabe lidar com a situação. Não nessa escala. Nenhum governo tem uma receita de bolo pronta para tratar do assunto. Eles apenas sabem que é preciso evitar que o sistema bancário vá por água abaixo. É por esta razão que não existem muitas saídas além de injetar recursos, preservar os bancos e restaurar a confiança no sistema.DINHEIRO - Então o Proer, por ser preventivo, foi melhor do que os planos atuais? LOYOLA - O que se pode fazer, tem sido feito. Não há melhor ou pior. São cenários diferentes. Evidentemente, é melhor ter medidas preventivas, como é o caso do Proer, do que curativas. O Proer se antecipou ao pior. Mas, como não houve prevenção, muitas tentativas legítimas estão sendo feitas. O problema é que, por enquanto, há falta de articulação dos governos para tentar restaurar o sistema.
Publicado por Negocios Com Brasil en 17:30

EFEITOS DA CRISE NO BRASIL

EFEITOS DA CRISE NO BRASIL
No Brasil, Qual foi o principal efeito da crise quando ela estourou: a dificuldade em se obter dinheiro. Grandes empresas que dependiam de financiamento externo passam a encontrar menos linhas de créditos disponíveis. Por consequência, com a dificuldade em captar no exterior, ficam comprometidos projetos de construção dessas empresas, que por sua vez gerariam empregos e renda ao país. E, quando captam no mercado interno, ajudam a reduzir ainda mais a capacidade de empréstimo dos bancos locais a quem já dependia habitualmente deles. Para reduzir os efeitos da crise internacional, o BC (Banco Central) anunciou mudanças nos depósitos compulsórios das instituições financeiras. Por meio do depósito compulsório, o órgão obriga os bancos a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Assim, quando reduz o compulsório, o BC libera aos bancos mais dinheiro para emprestar. Na esteira da contração do crédito, outra consequência da crise é haver redução no consumo das famílias e do investimento das empresas, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos. Eles cresceram justamente pela farta oferta de crédito. Com menos dinheiro, gasta-se menos, produz-se menos e o crescimento é menor. Também são afetadas as exportações do país, que devem cair porque os países compradores estão se desaquecendo e possuem menos dinheiro para comprar. O próximo passo dos problemas causados pela crise no Brasil é o desemprego. A combinação das reduções do consumo interno, do crédito, das exportações e dos investimentos causa uma diminuição da demanda das empresas, que se veem obrigadas a rever seus quadros de funcionários. Diversas empresas iniciaram no último bimestre do ano uma onda de férias coletivas e demissões que ainda prosseguem. O mês de dezembro deixou isso claro: segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o mês apresentou redução de 654.946 postos de trabalho --o maior volume para o mês desde 1999, o início da série histórica do dado divulgado pelo Ministério do Trabalho. O setor automotivo foi um dos que mais sofreram com a contração do crédito Os setores que mais sofrem com a queda da demanda, tanto no Brasil como no resto do mundo, são o automotivo, o imobiliário e o de bens de capital (ligado aos investimentos). Isso ocorre porque vendem produtos que dependem diretamente de financiamento, que está escasso. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção do setor automotivo, por exemplo, despencou quase 40% em dezembro na comparação com novembro, sendo determinante para que o resultado da indústria em geral naquele mês recuasse 12,4% --o pior resultado da série histórica, iniciada em 1991. Porém, caso a crise se agrave e aumente o número de demissões, os problemas podem se alastrar para outros setores. O reflexo da crise se espelhará no desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Para 2009, as previsões dos analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central na última pesquisa Focus é de crescimento de 1,8% --abaixo dos 3,2% esperados pelo próprio BC e dos 4% esperados pelo governo federal. Fachada da Bovespa: mercado acionário brasileiro despencou com a crise Outro reflexo visível da crise no mundo, e que teve especial repercussão no Brasil, foi a forte queda nos mercados acionários. Trata-se de um ciclo sem fim: com medo da crise financeira aumentar, os investidores tiram o dinheiro das Bolsas, consideradas investimentos de risco. Então, faltam recursos para as empresas investirem e a crise aumenta, o que faz os investidores tirarem mais dinheiro. Ou seja, como a crise americana provoca justamente aversão ao risco, os investidores em ações preferem sair das Bolsas, sujeita a oscilações sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis para cobrir perdas lá fora. Com muita gente querendo vender, os preços dos papéis caem e os índices desvalorizam. A queda no mercado acionário brasileiro é potencializado pela sua concentração em papéis de empresas que produzem commodities --cujos preços no mercado internacional despencaram devido ao esvaziamento feito pelos investidores e pela queda da demanda. Gigantes como a Vale e a Petrobras, por exemplo, respondem por quase metade da movimentação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e sofreram desvalorizações acima da média do mercado, empurrando o Ibovespa para baixo.

BRASIL - MEDIDAS ANTICRISE

BRASIL - MEDIDAS ANTICRISE
Veja as medidas já anunciadas no Brasil para combater os efeitos da crise Publicidadeda Folha Online O governo já anunciou uma série de medidas nas últimas semanas para evitar uma piora no sistema financeiro. Veja as principais medidas: 19 de setembro Quatro dias após a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, o crédito internacional seca e o dólar dispara no Brasil. O Banco Central anuncia um leilão de US$ 500 milhões com compromisso de recompra da moeda após 30 dias. Nessa operação o BC "empresta" os dólares às instituições financeiras durante esse período. Os recursos servem para que os bancos possam financiar as exportações brasileiras. * 24 de setembro A crise internacional de confiança nos bancos e a falta de crédito externo afetam os bancos pequenos e médios no Brasil. O BC anuncia então mudanças no recolhimento de depósitos compulsórios, que beneficia bancos menores e instituições que trabalham com leasing. Com isso, o BC garante a injeção de R$ 13 bilhões no mercado. * 1º de outubro O Banco do Brasil antecipa R$ 5 bilhões em crédito para o setor agrícola para suprir a falta de recursos causada pela crise financeira. * 2 de outubro O BC anuncia a redução do compulsório para os bancos grandes que comprarem parte das carteiras de crédito dos bancos pequenos. A avaliação do governo é que os grandes bancos estão preferindo segurar os recursos a emprestar para essas instituições. A estimativa do BC é que a mudança injete R$ 23,5 bilhões na economia, além de ajudar as instituições menores. * 6 de outubro Governo anuncia a criação de uma linha internacional de crédito para ajudar os exportadores, com o dinheiro das reservas internacionais do BC. O governo também reforça a linha de financiamento para exportações pré-embarque do BNDES, com mais R$ 5 bilhões. No final do dia, o presidente Lula edita uma medida provisória que dá mais poderes ao BC para atuar durante a crise. Entre elas, está a autorização para o BC comprar carteiras de crédito de bancos em dificuldades no Brasil. * 8 de outubro O dólar chega a R$ 2,48 pela manhã e obriga o BC a queimar parte das reservas internacionais para acalmar o mercado. Pela primeira vez, desde o dia 13 de fevereiro de 2003, o BC realiza um leilão em que vende parte dos US$ 208 bilhões que tem em caixa. Nos leilões anteriores, o BC vendia a moeda com um compromisso de recompra. Na prática, isso funcionava como um empréstimo e não afetava as reservas. Foram realizados três leilões. Os valores não foram divulgados. No fim do dia, o BC anuncia mais duas mudanças nas regras do recolhimento sobre depósitos compulsórios e coloca mais R$ 23,2 bilhões na economia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convoca uma reunião do G20 financeiro, presidido atualmente pelo Brasil,na sede do FMI (Fundo Monetário Internacional), nos Estados Unidos. * 9 de outubro CMN (Conselho Monetário Nacional) regulamenta as regras para que o BC possa socorrer os bancos que precisem de crédito em dólares ou reais. A regulamentação dá ao BC poderes para interferir na administração dos bancos que venderem suas carteiras de crédito à instituição em busca de recursos. No fim do dia, o presidente Lula se reúne com o ministro da Fazenda e o presidente do BC, que embarcam para os EUA com a missão de defender uma regulamentação mais rígida dos mercados financeiros no encontro do FMI. * 13 de outubro O BC informa mais mudanças no compulsório, que significam a liberação na economia de R$ 47,1 bilhões dos R$ 100 bilhões que foram prometidos pela manhã. No compulsório sobre exigibilidade adicional (que inclui depósitos a vista, prazo e poupança), o limite de dedução aumentou de R$ 300 milhões para R$ 1 bilhão. O limite de dedução do compulsório sobre depósitos a prazo passou de R$ 700 milhões para R$ 2 bilhões, com impacto de R$ 13,1 bilhões a partir de 17 de outubro. Os bancos também terão direito a fazer um abatimento em relação ao compulsório recolhido sobre operações de leasing. Em relação ao desconto no compulsório sobre depósitos a prazo para quem comprar carteiras de crédito de outros bancos, muda o patrimônio de referência do banco vendedor, que sobe de R$ 2,5 bilhões para R$ 7 bilhões. O percentual de desconto para quem comprou sobe de 40% para 70%. Segundo o BC, além de vender a carteira de crédito, os bancos menores poderão vender também outros ativos, principalmente aqueles ligados a fundos de investimentos desses bancos. * 16 de outubro O Banco Central anunciou mais uma mudança nas regras dos depósitos compulsórios. Agora, o BC ampliou as possibilidades para que esses bancos possam elevar o dinheiro que têm em caixa com a venda de ativos para bancos maiores. Além de vender a sua carteira de crédito e títulos dos seus fundos de investimentos, os bancos menores poderão vender outros ativos: 1) títulos e valores mobiliários de renda fixa, adiantamentos e outros créditos de pessoas físicas e jurídicas não-financeiras; 2) depósito interfinanceiro com garantia de ativos elencados no item 1 ou de operações de crédito. Além disso, o CMN autorizou o Banco Central a determinar que, nas operações de empréstimos em moeda estrangeira, os recursos sejam direcionados para operações de comércio exterior. O BC também fica autorizado a receber debêntures emitidas por empresas não financeiras nas operações de redesconto. * 22 de outubro O presidente Lula assinou MP (medida provisória) que autoriza os bancos públicos brasileiros, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a adquirirem participações em instituições financeiras no pais sem passar por um processo de licitação. A MP é ampla (leia íntegra), composta de sete artigos, e inclui todo tipo de instituição financeira: seguradoras, instituições previdenciárias, empresas de capitalização, etc. À noite, Lula assinou outro decreto que zera a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para a aplicação no mercado de capitais e operação de empréstimos e financiamentos externos. Com a decisão, o capital que entra no país tem maior rentabilidade, ou seja, trazer dólares para o Brasil fica mais atraente ao investidor. * 27 de outubro O Banco Central anuncia mais uma mudança nas regras dos depósitos compulsórios recolhidos pelos bancos brasileiros. A medida pode injetar mais R$ 6 bilhões na economia. Com a mudança, os bancos que anteciparem suas contribuições ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) no valor de 60 meses terão um desconto no recolhimento do compulsório sobre depósitos à vista. O valor mensal do desconto será o equivalente à contribuição de um mês ao FGC. Os bancos usarão como base o valor recolhido em 1º de outubro, referente ao mês de agosto deste ano. Hoje, os bancos são obrigados a recolher 42% dos depósitos à vista (dinheiro da conta corrente) feitos pelos seus clientes e depositar o dinheiro em espécie no BC. Esse dinheiro fica parado, sem remuneração, e equivale hoje a cerca de 20% de todo o compulsório recolhido pelo BC. * 29 de outubro O Banco Central do Brasil e o Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) anunciaram o estabelecimento de uma linha de "swap" (troca) de dólares americanos por reais no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o BC, essa linha será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as operações em dólares feitas pelo BC no Brasil. Isso inclui os leilões de dólares realizados por aqui. A linha é válida até 30 de abril de 2009. Já a Caixa Econômica Federal confirmou hoje que irá disponibilizar uma linha de crédito de capital de giro de R$ 3 bilhões para empresas de construção civil. Além disso, o governo vai permitir outros bancos direcionem mais recursos da poupança para essas empresas. O governo vai criar um fundo com base nos dividendos que seriam pagos pela Caixa à União até 2010. O fundo terá de R$ 1,050 bilhão, ou seja, vai garantir 35% das operações. * 30 de outubro BC anuncia regra para forçar os bancos a liberar o crédito obtido com o alívio no compulsório. Hoje, o dinheiro do compulsório sobre depósitos a prazo é recolhido na forma de títulos públicos. Ou seja, o banco recebe uma remuneração igual a do título. Agora, os bancos irão recolher apenas 30% em títulos. Os outros 70% serão recolhidos em espécie, ou seja, vão ficar parados no BC sem remuneração. Para não sofrer essa "punição", os grandes bancos terão de comprar carteiras de crédito e outros papéis de bancos menores que estejam com problemas de liquidez (falta de dinheiro). * 4 de novembro Banco Central altera regras para os leilões de empréstimos de dólares destinados a financiar o comércio exterior. Até agora, o BC só havia realizado em leilão desse tipo, no valor de US$ 1,6 bilhão. Pela nova regra, os bancos poderão participar desses leilões de dólares sem apresentar garantias em títulos, como era exigido até hoje. Será feita apenas uma operação de empréstimo de dólares das reservas internacionais por 30 dias. Nessas operações, ao invés de títulos, os bancos dão como garantia o valor dos dólares em reais. * 5 de novembro O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) anuncia criação de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para financiamento dos produtores rurais. O dinheiro será usado para financiar as CPRs (Cédulas do Produtor Rural). A operação da linha será feita pelo Banco do Brasil. * 6 de novembro O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou, durante reunião do chamado Conselhão (o CDES, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), uma série de novas medidas que, juntas, disponibilizam R$ 19 bilhões em linhas de crédito para diversos setores via BNDES (banco estatal de investimento) e Banco do Brasil. O anúncio com valor mais alto refere-se ao BNDES, que terá mais R$ 10 bilhões para financiar o capital de giro de empresas e para empréstimos em linhas de exportação pré-embarque --ou seja, os valores serão usados para permitir as vendas externas. Outros R$ 5 bilhões, provenientes do BB (Banco do Brasil), serão usados para abrir uma linha de crédito para capital de giro de pequenas e médias empresas. Como já era esperado, Mantega confirmou R$ 4 bilhões, também do BB, para ajudar os bancos de montadoras a elevar o crédito aos consumidores. * 11 de novembro O governo de São Paulo lançou uma linha de crédito de R$ 4 bilhões, por intermédio do banco Nossa Caixa, para os bancos e financeiras ligadas às montadoras de veículos em todo o país, que sofrem com a escassez de crédito. À tarde, a Caixa Econômica Federal divulgou a ampliação do limite de financiamento para compra de material de construção de R$ 7.000 para R$ 25 mil. À noite, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, anunciou conjunto de medidas de alívio tributário e de aumento do crédito para o setor produtivo para ajudar as pequenas e médias empresas. *12 de novembro A Caixa Econômica Federal libera R$ 2 bilhões para financiar bens de consumo diretamente no varejo e estimular a economia brasileira. Segundo informou a instituição nesta quarta-feira, a medida abrange a compra de eletrodomésticos, eletrônico, móveis, TV e vídeo, além de material de construção. * 13 de novembro BC anuncia nova mudança no compulsório, alterando a forma de recolhimento de cerca de R$ 40 bilhões, o que representa quase 20% de todo o depósito compulsório depositado hoje pelos bancos. O compulsório adicional sobre depósitos à vista, a prazo e poupança (chamado pelo BC de "exigibilidade adicional"), que hoje é recolhido em espécie, passará a ser recolhido em títulos públicos a partir de 1º de dezembro. * 16 de novembro O governo publica medida provisória que altera as datas de pagamento de tributos federais como o IR (Imposto de Renda) recolhido na fonte, a contribuição previdenciária, do PIS/Cofins e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O pagamento do IR e da contribuição para a Previdência passam a ser pagos não mais no dia 10, mas no dia 20 do mês seguinte ao fato gerador. O pagamento do IPI será adiado do dia 15 para o dia 25 de cada mês. O PIS/Cofins terá uma ampliação menor de prazo, do dia 20 para 25. * 21 de novembro O governo publica o decreto que reduz o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado nos financiamentos para a compra de motos por pessoas físicas. A alíquota agora vai passar de 3,38% para 0,38%. Poderão ser financiadas com imposto mais baixo motocicletas, motonetas e ciclonetas. No início do ano, o governo elevou o IOF de 1,5% para 3,38% para recompor a perda da CPMF, cuja alíquota era de 0,38% sobre qualquer movimentação financeira. * 25 de novembro O Banco Central anuncia novas mudanças nos depósitos compulsórios para destinar mais R$ 6,2 bilhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Esse dinheiro faz parte dos R$ 10 bilhões extras anunciados pelo governo no início do mês. O restante já chegou ao BNDES por meio da Caixa Econômica Federal, que irá emprestar o dinheiro para reforçar o capital de giro das empresas nesse momento de crise. * 1º de dezembro O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anuncia a criação de uma nova linha de capital de giro de empresas brasileiras, de até R$ 6 bilhões. A nova linha visa recuperar a concessão de crédito para as empresas, que segundo o BC (Banco Central) começou a se recuperar, ainda que em patamares tímidos. O prazo da linha vai até 30 de junho de 2009. * 11 de dezembro O CMN (Conselho Monetário Nacional) anuncia que vai ampliar as alternativas de aplicação das reservas internacionais do Brasil. O Banco Central ficará autorizado a disponibilizar parte desse dinheiro, por meio dos bancos, para as empresas brasileiras que precisem rolar financiamentos feitos no exterior. O governo estima gastar mais de US$ 10 bilhões das reservas, que hoje estão acima de US$ 200 bilhões. * 11 de dezembro Governo federal anuncia medidas para reduzir impostos e aliviar os efeitos da crise econômica que pretendem injetar R$ 8,4 bilhões na economia. Entre as principais mudanças anunciadas estão a nova tabela do Imposto de Renda, a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para o consumo e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as montadoras. * 12 de dezembro O governador de São Paulo, José Serra, anunciou um pacote de medidas fiscais e financeiras para ajudar na redução dos impactos da crise financeira global. Entre as medidas tomadas pelo governo paulista estão uma linha de crédito de R$ 1,2 bilhão para empresas de autopeças e máquinas e mudanças nos regulamentos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e da Nota Fiscal Paulista. * 16 de dezembro Os bancos pequenos terão R$ 5,4 bilhões a mais para utilizarem em operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas. O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou hoje a liberação de recursos do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para essas instituições. * 17 de dezembro Banco Central divulga que balanço da liberação de depósitos compulsórios, que soma R$ 98 bilhões. O compulsório é o dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC. BC também divulga que já fez atuações no mercado de câmbio no valor de US$ 53,4 bilhões entre os dias 19 de setembro e 16 de dezembro para segurar a disparada do dólar. * 22 de janeiro de 2009 Governo anunciou recursos adicionais para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 100 bilhões para os anos de 2009 e 2010. Esse dinheiro virá por meio do caixa do governo e das captações feitas no exterior pelo Tesouro Nacional. O dinheiro ficará disponível para o banco, que irá sacar conforme necessário. Serão priorizados investimentos na área de gás e energia, bens de capital e infraestrutura, entre outros setores. Também vão garantir os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e da Petrobras.

BRASIL - EL COMPULSORIO Y LA CRISIS

BRASIL- MEDIDAS ANTICRISE- COMPULSORIOS
Entenda o que é o compulsório e como ele coloca mais dinheiro na economia PublicidadeEDUARDO CUCOLOda Folha Online, em Brasília O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e as taxas de juros cobradas. Por meio do compulsório, os bancos são obrigados a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Quando reduz o compulsório, o BC dá aos bancos mais dinheiro para emprestar aos seus clientes. Isso pode ajudar a reduzir os juros bancários ou, em momentos de mais escassez de dinheiro, impedir que sequem as fontes de crédito para o consumidor e para empresas. A piora da crise nos EUA e na Europa prejudicou principalmente os bancos menores no Brasil, que têm dificuldade de captar dinheiro no exterior. Por isso, o BC decidiu mexer nas regras do compulsório para colocar mais dinheiro na economia. Além disso, o governo está destinando mais dinheiro para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que repassa esses recursos para empresas que estão em busca de crédito mais barato. Ao todo, as mudanças anunciadas pelo BC nos últimos dois meses já injetaram cerca de R$ 80 bilhões na economia. Veja como funcionam os diferentes tipos de compulsório: 1-) Depósitos à vista Os bancos são obrigados a recolher 42% dos depósitos à vista (dinheiro da conta corrente) feitos pelos seus clientes e depositar o dinheiro em espécie no BC. Sobre esse valor a recolher, é dado um desconto de R$ 44 milhões. Ou seja, os bancos só depositam aquilo que ultrapassa esse valor. Esse dinheiro fica parado, sem remuneração. Equivale hoje a cerca de 20% de todo o compulsório recolhido pelo BC. 2-) Depósitos a prazo Os bancos são obrigados a recolher 15% dos depósitos a prazo (CDB, por exemplo) feitos pelos seus clientes. Parte do recolhimento é feito por meio de títulos públicos remunerados (30%). Outra parcela, em espécie, fica sem remuneração (70%). Há um desconto de R$ 2 bilhões no valor a ser recolhido. Representa cerca de 20% de todo o compulsório recolhido. 3-) Caderneta de poupança O BC exige o recolhimento, em espécie, de 20% do dinheiro que os clientes aplicam na poupança. Nesse caso, o dinheiro é remunerado pelo BC, que paga TR + 3% ao ano ao banco. Representa de 25% a 30% de todo o compulsório recolhido pelo BC. 4-) Exigibilidade adicional Inclui os três tipos anteriores de compulsório. O banco aplica uma alíquota de 5% sobre os depósitos à vista, 5% sobre os depósitos a prazo e 10% sobre poupança. Sobre o valor apurado, há um desconto de R$ 1 bilhão. O recolhimento é em títulos públicos. Equivale a cerca de 25% de todo o compulsório recolhido pelo BC. 5-) Leasing O recolhimento sobre depósitos interfinanceiros foi criado no início de 2008, com o objetivo de recolher parte do dinheiro gerado pelo aumento das operações de leasing. A cobrança vem sendo implantada gradualmente, com uma alíquota que vai chegar a 25% em 2009. O recolhimento é feito em títulos públicos. Equivale hoje a cerca de 5% de todo o compulsório recolhido pelo BC. Especial

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